domingo, 2 de setembro de 2012

Física Aplicada - Princípio das Alavancas


Estática do Corpo Extenso - Alavancas



Uma barra rígida, que pode ser reta ou curva, móvel em torno de um de seus pontos chamado fulcro ou ponto de apoio (A).

O ganho mecânico proporcionado pelas ferramentas deve-se a uma grandeza física definida como TORQUE.

T = F x d

Onde d é o braço de alavanca, distância entre a linha de ação da força e o eixo de rotação adotado e F representa o módulo da força.

Notas:

1-O Torque é também chamado de MOMENTO, deve-se, entretanto, evitar esse último termo, já que existem outras grandezas físicas que usam essa denominação. Exemplos: Momento Linear, Momento Angular, Momento de Inércia.

2- O Torque é uma grandeza vetorial, no entanto, iremos dar mais atenção a sua aplicabilidade no dia a dia, não mencionando maiores detalhes.

3-A unidade de Torque no Sistema Internacional é N.m

Equilíbrio de Corpos Extensos

Para que um corpo rígido esteja em equilíbrio, além de não se mover aceleradamente, este corpo não pode girar. Por isso precisa satisfazer duas condições:
1.A resultante das Forças deve ter módulo zero. (Equilíbrio Translacional)

2.A resultante dos Torques aplicadas ao corpo deve ser nula. (Equilíbrio Rotacional)

Exemplo:

Imagine dois blocos de massas diferentes sobre uma barra, a mesma encontra-se apoiada. Para que a barra esteja em equilíbrio, deveremos ter:

  

1)     Fres = O

P1 + P2 = Ra, onde P1, representa o peso do bloco 1, P2, representa o peso do bloco 2 e Ra, a reação do apoio.

2)     Tres = 0

Importante:

Uma vez adotado o eixo de rotação, concentre-se no efeito do torque de cada força. O torque de P1 produziria uma rotação no sentido anti-horário, já o torque de P2, produziria uma rotação no sentido horário. Para que não haja rotação, conclui-se:

P1 . d1 = P2 . d2

onde d1, representa o braço de alavanca da força P1 e d2 representa o braço de alavanca da força P2.

Nota:

1-Deve-se perceber que P1 e P2 não atuam na barra, no entanto, são iguais em módulo a força normal, ou seja, a expressão mais correta seria:

N1 . d1 = N2 . d2


2 – O torque gerado pela Ra é zero, já que a distância entre a linha de ação dessa força e o eixo de rotação adotado é zero.

Exemplos de Alavancas

PORTAS

Podemos ver uma aplicação desse conceito na analise do movimento de rotação de uma porta. Se fizermos uma força F1 na porta (veja figura) ela tende a girar no sentido dessa força. O braço dessa força é a distância b1. O TORQUE dessa força, t1, é F1 x b1. Se outra pessoa fIzer uma força F2 no sentido oposto, com um braço b2, o TORQUE dessa força, T2, é F2 x b2. Se T1 = T2, a porta não irá girar, ou seja, dizemos que ela ficará em equilíbrio.



 Calcule

Se na figura anterior F1 é igual a 40 N e b1 é igual 20 cm, que valor deverá ter F2, para a porta não girar? Considere a largura da porta, b2, igual a 80 cm. 


 MARTELO

O martelo é uma alavanca, onde o funcionamento é de simples visualização:

A força aplicada pela pessoa é F1, produz um torque dado pela expressão: F1.d1, a força aplicada pelo prego sobre o martelo é F2, produzindo um torque dado pela expressão: F2.d2,

Como o torque resultante deve ser zero; teremos:

F1 . d1 = F2 . d2

Sendo d1 › d2, teremos: F1 ‹ F2, ou seja, o operador retira o prego com certa facilidade.

Note que se a intensidade de F2 é grande, a reação de F2 – martelo puxando o prego – também será grande.
CARRINHO DE MÃO

O carrinho de mão é mais um exemplo de alavanca.

A força aplicada pela pessoa é F1, produz um torque dado pela expressão: F1.d1, esse torque tende a fazer o carrinho girar no sentido horário, o peso da carga é P, produzindo um torque dado pela expressão: P.d2,

Como o torque resultante deve ser zero; teremos:
F1 . d1 = P2 . d2
Sendo d1 › d2, teremos: F1 ‹ P2, ou seja, o pedreiro transporta a carga sem tanto esforço. 


Judô

Veja na figura abaixo, a força peso do atleta que está sendo golpeado, não produz torque, já que o braço de alavanca dessa força, passa pelo centro de massa do outro atleta, dessa forma, a força F será suficiente para produzir a rotação. No segundo caso, o golpe não está bem encaixado, a força peso gera uma alavanca, dificultando bastante a execução do golpe.



JIU JITSU

Observe o belo arm-lock aplicado por Royce Gracie em uma de suas lendárias lutas no UFC. Neste caso o ponto de apoio é o cotovelo do oponente. Para  se defender, ele usará basicamente a musculatura do bíceps e antebraço, que por sua vez se encontram próximas ao ponto de apoio (no caso o cotovelo). Royce por sua vez, coloca seu quadril sobre o cotovelo e aplica sua força em dois pontos distantes deste ponto de apoio: o ombro e o punho do adversário. Isso cria uma força enorme, que se torna impossível de se contrabalancear, forçando o advesário a desistir para não sofrer uma lesão na articulação.
   Neste caso específico, além da alavanca o que ajuda o lutador de jiu-jitsu é o uso de uma grande gama muscular no golpe. A musculatura da coxa, lombar, abdominal e dorsal são utilizadas contra basicamente a musculatura do bíceps do oponente. É finalização certa.
   Este é só um exemplo dos vários golpes, imobilizações, raspagens e finalizações que empregam este princípio no jiu-jitsu.

FONTE: http://www.sardinhajiujitsu.com.br/profiles/blogs/o-que-e-o-principio-da



Física Aplicada as Máquinas de Tortura, em 2 min 30 s um exemplo triste do princípio das alavancas.


Espero que tenham gostado!!! Abraços!!!

 










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