terça-feira, 24 de maio de 2016

Motivação para a aprendizagem da Física por meio de recursos audiovisuais.

    O que sabemos sobre motivação?

    Imaginem um jovem que não suporta aulas de Gravitação mas que é capaz de ficar horas aguardando um eclipse lunar. 

    Pois bem, temos a mania de confundir o aluno desmotivado com preguiçoso e não percebemos que o problema muitas vezes não está no jovem e sim na situação. A motivação pode ser vista como resultado entre o individuo e a situação, podendo variar de pessoa para pessoa ou numa mesma pessoa em momentos distintos. Por exemplo, sobre o ensino de poesia, um aluno poderia dizer: não vejo qualquer utilidade em termos de aprendizagem no ensino de poesia. Outro poderia pensar: ler poemas é a atividade mais agradável da escola.

    Em geral o estudo de Física por alunos do ensino médio tem-se mostrado desmotivante e por vezes os professores se sentem perdidos. Pensamentos como: " a motivação deve vir do estudante" ou "os jovens não querem nada com a vida" definitivamente não ajudam a resolver o problema.

    Portanto a pergunta lógica é: O que o professor pode fazer para resolver o problema?

  É importante que o professor tenha uma ideia clara das crenças e experiências vivenciadas pelos seus estudantes. Um jovem que tenha o sonho de ser piloto ou projetista de avião, muito provavelmente estará motivado para estudar matemática e física.







 Irei relatar um trabalho de pesquisa, baseado em estudos sobre Motivação Intrínseca, Extrínseca e o uso de recursos audiovisuais.

  A motivação intrínseca está relacionada com o fazer por prazer, é aquela atividade onde o indivíduo nem percebe que o tempo passou. 

   A motivação extrínseca tem sido definida como a motivação para trabalhar em resposta a algo externo. Como para a obtenção de recompensas materiais ou sociais objetivando atender o comando de outras pessoas para demonstrar competências e habilidades. 



  De acordo com a Teoria da Avaliação Cognitiva proposta por Ryan, Connell e Deci a motivação extrínseca deve ser vista como um continuum. 




  Ou seja, num primeiro momento se faz necessário uma Regulação Externa, de tal maneira que o aluno pensa: "vou perder pontos se eu não fizer o que o professor mandou." Num segundo momento a regulação passa a ser Introjetada: "vou me dar mal se eu não fizer o que o professor mandou." Em seguida vem a Regulação Pessoal: "vou fazer as atividades porque são importantes para mim." E no ápice da motivação extrínseca surge a Regulação Integrada: Nesse nível motivacional as atividades sugeridas pelo professor funcionam como direcionamento para uma aprendizagem eficiente.

  Alguns questionamentos podem ser úteis como: 

O estudante tem interesse naquele assunto? 

Ele vê a tarefa como desafiadora, mas ao seu alcance? 

Que expectativa o jovem apresenta diante daquela tarefa, aprender com ela ou simplesmente de concluí-la e entregá-la?

  Pensando nisso pensei em motivar os alunos trabalhando com recursos audiovisuais. Sendo mais específico, fiz uso de vídeos de curta duração disponibilizados no Youtube.

  E qual a relação entre os recursos audiovisuais e a motivação no ensino de Física?

  Sabe-se que as imagens exercem um grande poder nas pessoas, o conhecido ditado popular: “Uma imagem vale mais que mil palavras!” faz muito sentido. De posse dessas informações professores e alunos podem e devem utilizar filmes por muitos motivos: para enriquecer o conteúdo das matérias, para introduzir novas linguagens à experiência escolar, para motivar os alunos para certo tipo de aprendizagem.

  Para Moran a eficácia da comunicação através de vídeos é justificada pela superposição de linguagens totalmente diferentes. Em um mesmo vídeo teremos imagens, fala e movimento. Ao mesmo o tempo o não mostrar equivale a não existir, a não acontecer. Um

evento mostrado através de imagens e palavras ganha força na mente. Situações e
experiências nas diversas áreas do conhecimento humano perdem a força por não terem sido valorizadas através da linguagem audiovisual.

  Ou seja, o uso de vídeos relacionados ao cotidiano do aluno é uma ferramenta importante já que trás os conhecimentos aprendidos de Física na escola para um universo palpável. O descobrimento da Física que se insere no mundo ao seu redor gera questionamentos vivenciados pelo aluno ou seus familiares. A curiosidade sendo aguçada, torna-se um grande passo para a aprendizagem impulsionada pela motivação.

  No entanto, para enriquecer as aulas com vídeos o professor deve vencer uma série de desafios e preconceitos. Algumas frases são bem conhecidas pelo corpo docente, seguem algumas dessas:

- Professor que passa filminho gosta de matar as aulas...

- Os alunos gostam de filmes para aproveitar a sala escura e dormir...

- Os filmes educativos são muito chatos...

- Eu não entendo nada de tecnologia, usando um giz e a lousa os alunos entendem

perfeitamente...

  Resolvi motivar meus alunos através desse vídeos. Afinal o bom uso dessa tecnologia tende a aproximar o indivíduo da ciência e da realidade que está ao seu redor. Milton José de Almeida (1994), em seu livro Imagens e Sons – a nova cultura oral, afirma que a transmissão eletrônica de informações em imagem-som propõe uma maneira diferente de inteligibilidade, sabedoria e conhecimento, como se devêssemos acordar algo adormecido em nosso cérebro para entendermos o mundo atual, não só pelo conhecimento fonético-silábico das nossas línguas, mas pelas imagens-sons também.

  O professor deve ter em mente que por mais que a ciência seja a mesma em qualquer lugar do mundo, vídeos relativos à um determinado tema podem produzir reações diferenciadas. Um filme mostrando o efeito da atração gravitacional sobre um satélite na órbita da Terra, mostrado para exemplificar as ditas leis de Newton, para uma população de meio rural, onde a única televisão é a do posto de ensino à distância seria um exemplo do que não se deve fazer. Acredito que um comparativo entre uma moto e um cavalo seria bem mais proveitoso para a referida população.

   É preciso que o professor faça um resumo do que vai ser visto, apontando os pontos importantes. Este trabalho é fundamental para dirigir a atenção dos alunos. Sem esta base, quem garante que os alunos olhem para os pontos que o professor quer chamar a atenção?

  O curso foi sobre Termologia. No primeiro bimestre trabalhei com os seguintes assuntos: Escalas Termométricas, Propagação do Calor e Dilatação Térmica. No início da exposição teórica sempre ocorria uma conversa inicial sobre o conteúdo, perguntas sobre situações vivenciadas pelos jovens e que eles acreditavam estar relacionadas com o tema. Geralmente apresentava-se uma lista de perguntas que deveriam ser respondidas até término da aula. Lógico que havia dias reservados para a resolução de exercícios, para tirar dúvidas, etc...

   Abaixo seguem alguns vídeos usados nas turmas e listas de perguntas a serem feitas no início da aula.

1-  Escalas Termométricas;

Listas de perguntas para o início da aula. As respostas podem ser debatidas pela turma após a apresentação do vídeo.

1 – Cite dois mecanismos naturais para a manutenção da temperatura corpórea.

2 – Cite, com base no vídeo assistido, mecanismos usados no dia a dia para a redução da febre.

3 – Caso uma pessoa esteja com febre e por isso sinta frio, não é aconselhado agasalhar-se. Qual o motivo?

Nome do vídeo: How to Reduce a Fever Naturally

Endereço do Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=01zs8673HyY&feature=youtu.be


                         



2 - Propagação do Calor

Listas de perguntas para o início da aula. As respostas podem ser debatidas pela turma após a apresentação do vídeo.

1 – Determine o mecanismo usado pelo corpo para a manutenção da temperatura corpórea

constante.

2 – No vídeo, o termo calor e temperatura são constantemente confundidos. O que você

entende por esses conceitos.

3- Por que os sobreviventes se enterram no solo? Explique de forma clara.

Nome do vídeo: O limite do corpo humano - Calor

Endereço do vídeo: https://youtu.be/01zs8673HyY



Esse vídeo retrato os mecanismos de sobrevivência disparados pelo corpo humano em situações de calor extremo. Esse vídeo é interessante para os alunos de uma maneira geral, sobretudo para estudantes que vivem em regiões extremamente quentes do Nordeste.


Nome do vídeo: Bombas de Agua Solares para Riego - Instalación y Venta

Endereço do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=dROzhYH84qA

Listas de perguntas para o início da aula. As respostas podem ser debatidas pela turma após a apresentação do vídeo.

1 - Cite exemplos de fontes de Energia Alternativas.

2 – Geograficamente a região Nordeste é favorável ao desenvolvimento de Energias Alternativas?

3 –  Quais os conhecimentos teóricos que você deve possuir para criar a sua própria fonte de Energia Alternativa?


   



3 - Dilatação

Nome do vídeo: GCSE Sciense Revision - Thermal Expansion of Solids Liquids and Gases

Endereço do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=EkQ2886Sxpg

Listas de perguntas para o início da aula. As respostas podem ser debatidas pela turma após a apresentação do vídeo.

1- Cite alguns problemas gerados pela dilatação térmica.

2- Cite alguma solução engenhosa relacionada a dilatação térmica encontrada no seu no seu

dia a dia.


3-Como funciona o sensor térmico de ventilação mostrado no vídeo?





Acredito que a internet e seu universo estão aí para fazermos bom uso e melhorarmos nossas práticas docentes. Diversas professores de ciências, desde o nível básico ao mais avançado podem fazer uso de recursos audiovisuais, tentando aguçar a curiosidade e despertar ou mesmo manter a motivação pelos estudos.




domingo, 30 de setembro de 2012

Paraquedismo e a Física


2ª Lei de Newton aplicada!

Observação
Nosso objetivo é descrever o movimento de forma bastante simplificada, a análise completa do movimento requer matemática de nível superior, pois na realidade a atmosfera não é uniforme e a força de arrasto geralmente varia com o quadrado da velocidade.

No salto de um paraquedista, devemos lembrar que ele estará submetido, verticalmente, a ação de duas forças, são elas: Peso e a Força de Arrasto, esta força deve-se a ação do fluido (ar) sobre o corpo do paraquedista, essa força sempre terá sentido contrário ao movimento. A Força de Arrasto é dada pela expressão abaixo:


Onde K é uma constante que depende da densidade do meio e do coeficiente aerodinâmico: a forma como o corpo “corta” o ar.

1)Instantes Iniciais

Nos instantes iniciais, a velocidade do paraquedista ainda é baixa, podemos, portanto desprezar a ação da Força de Arrasto.
                                           
                                              
                                                                                          
2)Movimento Acelerado

A velocidade do paraquedista irá aumentar enquanto a força Peso for maior que a Força de Arrasto




                                                                     
 3) Movimento Uniforme: Velocidade Terminal

Nesse instante a Força de Arrasto, que depende da velocidade, se iguala a força peso, o paraquedista atingiu a velocidade terminal.





                                                       
Nota: Caso o paraquedista mude a posição do corpo, a área efetiva será alterada e consequentemente a velocidade terminal terá outro valor.

4) Abertura do paraquedas

Devido abertura do paraquedas a área efetiva aumentará, além disso, a velocidade nesse momento é bastante elevada (velocidade terminal), por esses dois motivos,  a Força de Arrasto será maior que o Peso, produzindo uma desaceleração.


Nota 1: Na montagem das equações, considerei a trajetória orientada para cima, dessa forma, uma aceleração negativa indica que a mesma está orientada para cima: Movimento Retardado.

Nota  2: Quando estamos assistindo através de vídeos o salto de um paraquedista, temos a impressão que no momento da abertura do paraquedas ele é arrasto para cima, isto ocorre apenas no referencial do seu colega de salto que está fazendo o vídeo. Para um observador no solo, o mesmo continue descendo!



5) Movimento Uniforme: Velocidade para pouso.

Devido a desaceleração, a velocidade diminui até o ponto onde a força de arrasto se iguala novamente a força peso, nesse momento o pouso pode ser efetuado em segurança.



Na realidade, a velocidade não varia de forma linear como informa 
                                                             

                                                                                                        
                                                 
       A constante de proporcionalidade  k=ρδ/2
  • ρ é a densidade do ar.  
  • δ é um coeficiente que depende da forma do objeto
Na seguinte tabela, são proporcionados os coeficientes de arrasto δ para vários objetos.



 A Força de Arrasto no dia a dia:

1 - Imagine um carro em movimento retilíneo e uniforme, o gasto de combustível aumenta bastante com o aumento da velocidade. Vejamos:


                                                                       
Ou seja, a 20 m/s seria necessária uma potência Poto, a 40 m/s, a potência requerida seria Pot = 8 Poto, já que a potência varia com o quadrado da velocidade. Sabendo que:


fica explicado o alto consumo de combustível.



2 – Um carro com grande área efetiva e baixo coeficiente aerodinâmico como a Kombi praticamente não “corta” o vento, ou seja, a Força de Arrasto se opondo ao movimento é grande, produzindo um alto gasto de combustível mesmo a baixas velocidades. Os carros utilitários não são econômicos, por ter uma massa maior, gastam muito nas primeiras marchas e em altas velocidades, o arrasto é enorme.



3 – A hidroginástica é uma atividade física de baixo impacto e que tem como princípio básico vencer a Força de Arrasto que a água produz ao movimentarmos nossos corpos.  Alguns nadadores principiantes no nado crawl batem as pernas fora d’água, acabam dessa forma tendo uma velocidade menor (batendo muito a perna sem sair do lugar) e gastando muita energia.



 
4 – No mergulho a velocidade do atleta diminui rapidamente ao entrar na água, devemos levar em consideração além do Empuxo, a Força de Arrasto gerada pela a água, a diferença entre o arrasto gerado pela água em relação ao ar deve-se a densidade da água que é muito maior que a do ar.




5 – No esqui na neve, a componente da força peso (Psenθ) se equilibra com a força de arrasto quando o atleta atinge a velocidade limite.
Bons Proveito!!!

Lista resolvida sobre Física Temática

Olá pessoal,

Estamos nas últimas semanas que antecedem o Enem. Segue uma lista de revisão, com solução, sobre Física Temática!

Lista de Exercícios - Física Temática - André Brito

Bons estudos e até a próxima!!!


terça-feira, 25 de setembro de 2012

Temas de Física e as Competências Básicas - Enem 2012


Em relação às questões de física cobradas nas provas, o MEC (Ministério da Educação) tem por objetivo identificar algumas competências básicas dos alunos. São elas:

1 - Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.

2 -  Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.

3 - Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumentos ou ações científico-tecnológicas.

4 - Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.

5 - Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.

6 - Apropriar-se de conhecimentos da física, da química e da biologia para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-tecnológicas.

Relacionei essas competências com alguns temas da Física!!!

Nota: A lista está em desenvolvimento!

Mecânica

2 - Leis de Newton: Air Bag – Freios ABS – Sistema de propulsão de foguetes

2 - Empuxo – Flutuação de Navios, Balonismo, Densímetro para verificar a qualidade dos combustíveis.

3 – Energia: Parques Eólicos

1 –  Princípio de Pascal: Armaduras dos Soldados e Robótica.

3 -  Engrenagens: Bicicletas como meio de transporte.

1 – Energia: Paraolimpíadas.

3 – Cinemática: Paraquedas.

4 – Fluidos: Pressurização de Aviões.

Fenômenos Elétricos e Magnéticos

2 - Resistores - Chuveiros Elétricos.

2 - Potencial Elétrico: Blindagem Eletrostática

2 - Magnetismo: Bússola, Ciclotron.

3 – Energia: Hidroelétricas.

3 – Carros Elétricos

Oscilações, ondas, óptica e radiação

2 - Ondas: Aparelho Doméstico: micro-ondas.

2 - Refração: Lentes: Lupa, Olho Humano, Máquina Fotográfica.

2 - Radiação: Datação por Isótopos Radioativos,

3 - Efeitos da Radiação, Prós e Contras da Energia Nuclear.

1 – Reflexão Total: Cabos de Fibra Óptica e a Internet

4 – Ondas de Calor e as Cobras.

4 – Óptica: Correção da Miopia e Hipermetropia.

O calor e os fenômenos térmicos

2 - Propagação do Calor: Garrafa Térmica, Agasalhos.

2 – Mudanças de Fase: Panela de Pressão.

2 - Leis da Termodinâmica: Evolução Temporal dos Fenômenos Naturais.

1 – Termodinâmica: Motores a Explosão, Poder Calorífico dos Combustíveis, Rendimento.

3 – Efeito Estufa.

Bons estudos!